domingo, 25 de novembro de 2012

FAVELA COMO "ABERRAÇÃO"

Favela como “aberração”O problema das comunidades pobres como incômodo social começou a ser percebido somente nos anos 40, portanto, quase meio século após a instalação da primeira favela, no Morro da Providência, no Centro. Nessa época, as favelas eram vistas como uma “aberração” urbana e ainda não constavam dos mapas oficiais da cidade. Antes disso, elas eram simplesmente ignoradas, vistas como foco de marginalidade e falta de higiene. O Código de Obras do Rio, de 1937, por exemplo, já propunha a eliminação completa das comunidades carentes e a criação de parques proletários - entre 1941 e 1943, foram construídos três parques, na Gávea, Leblon e Caju.

Anos depois, seus moradores também seriam expulsos pela especulação imobiliária. “É importante destacar que a descoberta da favela pela sociedade civil não nasceu de uma preocupação com a qualidade de vida de seus moradores, e sim do incômodo que eles causavam à classe média”, argumenta Marcelo Baumann. Daí para frente, o Estado passou a propor soluções cada vez mais autoritárias e também excludentes. Assim, nasceram as políticas de remoção e o plano de desfavelização da Zona Sul nos anos 60.


Família da Rocinha chega à Cidade de Deus em 1971
Família da Rocinha chega à Cidade de Deus em 1971


Durante seus quatro anos de mandato, entre 1960 e 64, o governador Carlos Lacerda defendeu uma reformulação completa da política habitacional no Estado do Rio. Seu objetivo era levar os pobres para a periferia, nos mesmos moldes do que acontecia nas principais cidades da Europa e Estados Unidos. Foi durante seu governo que foram construídas a Vila Kennedy, em Senador Camará, a Vila Aliança, em Bangu, e a Vila Esperança, em Vigário Geral, além da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, que sozinha recebeu moradores de 63 favelas extintas. A criação dos conjuntos habitacionais fazia parte do Plano de Habitação Popular, amplamente financiado pelo governo americano através da Aliança para o Progresso.

Os governos que sucederam Lacerda, já durante o período militar, não se decidiram entre a política de remoção ou de urbanização das favelas. E acabaram trabalhando com as duas perspectivas. Um dos poucos projetos sérios nessa fase foi o da Companhia de Desenvolvimento de Comunidades (Codesco), que realizou a urbanização das favelas de Brás de Pina e Morro União. Meses depois, no entanto, foi criada a Chisam, que tratava os morros como espaço urbano “deformado” e pregava a eliminação completa das favelas. A justificativa oficial era a “recuperação econômica, moral, social e higiênica das famílias faveladas”. O então prefeito Negrão de Lima não esboçou qualquer reação. “Os militares não respeitavam ninguém, o tratamento não ia ser diferente com os favelados”, esclarece Marcelo Baumann.

Segundo relatório oficial da Fundação Leão XIII, de 1968, as favelas eram “uma aglomeração irregular de subproletários sem capacitação profissional, baixos padrões de vida, anlfabetismo, messianismo, promiscuidade, alcoolismo... refúgio para elementos criminosos e marginais, foco de parasitas e doenças contagiosas”.

Símbolos de resistência

Por volta de 1975, a febre das remoções foi aos poucos perdendo força e a política de desfavelização da Zona Sul se esvaziando. A verba usada para destruir as comunidades carentes estava cada vez mais escassa e os recursos do Banco Nacional de Habitação (BNH), extinto em 1986, passaram a ser destinados para a construção de apartamentos para a classe média.

Quase dez anos após a criação da Chisam, cerca de 130 mil ex-favelados haviam sido removidos para conjuntos habitacionais nos subúrbios. Mesmo assim, ainda existiam pelo menos 52 favelas em bairros tipicamente ocupados pela classe média.

Os sobreviventes da política de desfavelização da Zona Sul só conseguiram se manter nos seus barracos devido à forte mobilização das associações de moradores. “As favelas do Cantagalo, Rocinha e Pavãozinho são verdadeiros símbolos de resistência. Os líderes comunitários tiveram uma participação muito importante, assim como também a igreja e os intelectuais”, afirma Marcelo Baumann.

O sociólogo Artur Rios lembra que o Favela-Bairro dos anos 90 foi um grande avanço em relação às políticas habitacionais da década de 60. Mas, segundo ele, os políticos continuam longe de compreender o problema das favelas. “As comunidades carentes não podem ser vistas como algo ilegal, provisório. Hoje em dia eu defendo uma secretaria específica para as favelas. Falta um plano diretor, devemos ter políticas específicas. O grande desafio é ver a favela integrada à cidade”, resume

domingo, 18 de novembro de 2012

ANIVERSÁRIO DE VILA ALIANÇA

A pelo menos 1 ano começei a contar a história de 50 anos de fundação de Vila Aliança, estou conversando com os primeiros moradores que chegaram nesta comunidade a partir de Dezembro de 1962, mas a comunidade tem uma história OFICIAL e uma data de inauguração oficial, neste sentido estou postando hoje essa história oficial com a data,mas continuarei a conversar com os moradores que chegaram em Dezembro de 1962, muitas são as histórias , fique agora com a história oficial da inauguração de nossa comunidade.
EDILSON ADAD

Vila Aliança (também chamada de V.A ou Vila por seus moradores) é um bairro não-oficial da cidade do Rio de Janeiro, que oficialmente faz parte de Bangu.[1] Devido a circunstâncias históricas e culturais, é considerado por muitos como uma favela, ainda que seja totalmente urbanizado. A Vila Aliança está localizado na divisa com o bairro de Senador Camará, sendo compreendido entre as ruas do Farmacêutico, Antenor Correia e a Estrada do Taquaral. [1]

Índice

[esconder]

[editar] História

Em 1961, o presidente americano John Kennedy, dando seguimento à urbanização da cidade, idealiza a Aliança para o Progresso[1], projeto de cooperação técnica e financeira com países da América Latina com a clara intenção de impedir que revoluções como a cubana se espalhassem. No Rio de Janeiro, o governo Carlos Lacerda utilizou esse apoio para criar três sub-bairros: Vila Aliança e Vila Kennedy em Bangu, Cidade de Deus, em Jacarepaguá.
A área onde está a Vila Aliança era então um enorme laranjal, que abastecia todo o estado. Na década de 60, as árvores cederam lugar para o primeiro conjunto habitacional da América Latina.
O governo então retirou famílias do Morro do Pasmado no bairro de Botafogo, do Morro do Pinto e da Favela do Esqueleto, realocando-os na nova comunidade.
No dia 7 de janeiro no ano de 1964, a Vila Aliança foi oficialmente inaugurada pelo então governador Carlos Lacerda, sendo seu nome uma homenagem à Aliança para o Progresso, e seguindo padrões arquitetônicos internacionais, com ruas amplas que mais pareciam grandes avenidas e outras mais estreitas com características de vilas que integrariam a vizinhança, tudo com auxilio técnico ao operário e à pequena indústria, visando, segundo seus idealizadores, fomentar o desenvolvimento econômico e social.
Com o decorrer dos anos, a comunidade passou a ser dominada pelo tráfico de drogas, sendo palco de conflitos entre traficantes.[2]

[editar] Na Vila

Na Vila Aliança, os nomes das ruas são nomes de profissões, em homenagem ao trabalhador brasileiro.[1] É uma das comunidades mais humildes e de menor poder aquisitivo de Bangu, detendo um dos piores IDH da cidade do Rio de Janeiro. Outras localidades, como o Bairro Nova Aliança, Conjunto Moça Bonita, Conjunto Taquaral, e o Bairro Araújo e as favelas do Caminho do Lúcio, Minha Deusa, Mangueiral, apesar de estarem nas vizinhanças, não fazem parte da Vila Aliança.

[editar] Cultura

No bairro ficava situado o bloco carnavalesco GRBC Boêmios de Vila Aliança que ja chegou a desfilar no grupo de acesso do carnaval.[carece de fontes?]
Além disso, foi berço do grupo musical Mistura Fina, do grupo caipira Show Da Progresso, além de outras atividades culturais, como a "Blecota", o "Frevo Mulher" e a festa junina da Praça do Aviador.