Padre Bruno, Pároco da Menino Jesus de Praga de 1970 a 1981 |
...Bem, nós tentarmos derrubar o objetivo do governo de acabar com aquela área verde mas a autoridade do governo era maior, esse foi uns dos motivos que provocou D. Eugênio de desfazer o grupo de padres que havia na época ele tentou propor para cada um de nós para ir para outros lugares da Diocese, quer dizer desmantelar o grupo, o Padre Nino e Jacinto foram os primeiros a saírem de Vila Kennedy e decidiram vir para a Baixada Fluminense. depois nós tentamos dialogar com o Cardeal;
adadedilson- D. Eugênio na época da ditadura protegeu alguns perseguidos políticos, e ele teve essa atitude com vocês que lutavam pelo social, não da para entender.
PADRE BRUNO- Ele pessoalmente fez muitas coisas para defender os direitos de pessoas que eram perseguidas pela ditadura, mas ele fazia esse trabalho pessoalmente, ele não queria que os padres e o povo se envolvesse na luta contra a ditadura, ele considerava que ele com a autoridade dele deveria fazer isso, diferente da posição de D. Adriano Bispo de Nova Iguaçú, quando diz que quem tem que lutar é o povo, ele deve criar as condições e amparar e proteger a quem precisar, mas quem tem que lutar é o povo, então deu no que deu mas na época veio esse choque com a posição dele, porque ele e o governador eram as autoridades para decidir e ninguém deveria se meter nisto.
ADADEDILSON- Hoje nós temos em nossa comunidade e região diversas pessoas que estão na politica, sindicatos, pessoas que iniciaram nos trabalhos pastorais e comunitários, o Senhor acha que isso tudo é fruto de um trabalho que iniciou nos anos 70 com o senhor, D Zica no grupo da Domésticas, Adilson Pires que foi da Associação de moradores da comunidade e hoje é Vice Prefeito do Rio?
PADRE BRUNO- Sim, são sementes, nós juntos plantamos e que o pessoal deu continuidade e correu atrás o Adilson por exemplo é da primeira turma de catequeses de 1970, que eu peguei e foi o primeiro grupo que fez primeira comunhão comigo depois continuamos como grupo de Perseverança, os Jovens se reunia todo domingo a noite na sala atrás da igreja ele seguiu no bom caminho o Pianinho também era do mesmo grupo dele e foi por outro caminho na vida, D. Zica através dos Círculos Bíblicos se motivou a estudar entrou na luta das domésticas, houve gente que entrou mas na luta dos Sindicatos, foi fruto de um trabalho que começou e fizemos juntos.
ADADEDILSON- Existe alguma coisa que o Senhor queria fazer e mesmo depois de 11 anos o Senhor não conseguiu concluir.
PADRE BRUNO- Na vida cada época tem uma característica, tem seu jeito, seus problemas mas oportunidades , nós estávamos em uma época muito boa de muitos sonhos, tinha acontecido o Concílio Vaticano II o Concílio de Medelim em 1968, a igreja estava descobrindo o caminho das comunidades Eclesiais de Base, que a gente tentou se envolver, participar, apesar que a Diocese do Rio não concordava na época, aliás D Eugênio não concordava, nós fizemos o trabalho eu acho que o que era possível fazer na fidelidade ao evangelho naquela situação foi feito, frutos começaram a aparecer e está até hoje, e graças a Deus estão e irão continuar.
ADADEDILSON- Uma outra história que eu soube foi que quando o Senhor foi embora de Vila Aliança e o Senhor chegou na Itália o Senhor ficou 2 meses na Itália, correto...
PADRE BRUNO- Eu sair e fiquei alguns dias na casa paroquial da São Lourenço com o então padre Sebastião Bedino, que foi assassinado na porta da igreja.
ADADEDILSON- Ao chegar na Itália , publicaram em um jornal que o Senhor foi expulso do Brasil?
PADRE BRUNO- É, isso foi uma coisa engraçada que não teve fundamento nenhum, mas foi o Jornal "La Stampa" que vez em quando dava algumas notas do Brasil e que publicou que eu teria sido expulso do Brasil, mas tudo foi esclarecido, pois, eu retornei para o Brasil e vir para a Baixada.
Eu lembro da primeira greve dos metalúrgicos de Santo Andre em São Paulo, Lula que estava a frente desta greve que foi a primeira na ditadura, e lá estava D. Claudio Humes Bispo de Santo Andre e que estava apoiando a greve e pediu para todas as igrejas de todo o Brasil apoiassem a greve vendendo bônus para custear a greve e nós aqui vendemos esses bônus que veio de São Paulo, nas casas e nos finais das missas, pela Pastoral do Trabalhador, eu e o Ademir(falecido), esposa da Rita filha de D. Almerinda fomos a São Paulo levar o dinheiro que angariamos com a venda dos bônus onde entregaríamos a D. Claudio, chegando perto da catedral de São Paulo Ademir chegou perto de uma banca e comprou um livro politico de Marx, quando chegamos próximo a catedral avistamos muitos policiais que praticamente cercava a catedral e o Ademir ficou com muito medo de ser revistado e pegarem aquele livro com ele, então ele o que fez, jogou o livro em um jardim, rs, são situações que eu lembro até hoje, chegamos almoçamos com D. Claudio e depois viemos para o Rio.
PADRE BRUNO- Na vida cada época tem uma característica, tem seu jeito, seus problemas mas oportunidades , nós estávamos em uma época muito boa de muitos sonhos, tinha acontecido o Concílio Vaticano II o Concílio de Medelim em 1968, a igreja estava descobrindo o caminho das comunidades Eclesiais de Base, que a gente tentou se envolver, participar, apesar que a Diocese do Rio não concordava na época, aliás D Eugênio não concordava, nós fizemos o trabalho eu acho que o que era possível fazer na fidelidade ao evangelho naquela situação foi feito, frutos começaram a aparecer e está até hoje, e graças a Deus estão e irão continuar.
ADADEDILSON- Uma outra história que eu soube foi que quando o Senhor foi embora de Vila Aliança e o Senhor chegou na Itália o Senhor ficou 2 meses na Itália, correto...
PADRE BRUNO- Eu sair e fiquei alguns dias na casa paroquial da São Lourenço com o então padre Sebastião Bedino, que foi assassinado na porta da igreja.
ADADEDILSON- Ao chegar na Itália , publicaram em um jornal que o Senhor foi expulso do Brasil?
PADRE BRUNO- É, isso foi uma coisa engraçada que não teve fundamento nenhum, mas foi o Jornal "La Stampa" que vez em quando dava algumas notas do Brasil e que publicou que eu teria sido expulso do Brasil, mas tudo foi esclarecido, pois, eu retornei para o Brasil e vir para a Baixada.
Eu lembro da primeira greve dos metalúrgicos de Santo Andre em São Paulo, Lula que estava a frente desta greve que foi a primeira na ditadura, e lá estava D. Claudio Humes Bispo de Santo Andre e que estava apoiando a greve e pediu para todas as igrejas de todo o Brasil apoiassem a greve vendendo bônus para custear a greve e nós aqui vendemos esses bônus que veio de São Paulo, nas casas e nos finais das missas, pela Pastoral do Trabalhador, eu e o Ademir(falecido), esposa da Rita filha de D. Almerinda fomos a São Paulo levar o dinheiro que angariamos com a venda dos bônus onde entregaríamos a D. Claudio, chegando perto da catedral de São Paulo Ademir chegou perto de uma banca e comprou um livro politico de Marx, quando chegamos próximo a catedral avistamos muitos policiais que praticamente cercava a catedral e o Ademir ficou com muito medo de ser revistado e pegarem aquele livro com ele, então ele o que fez, jogou o livro em um jardim, rs, são situações que eu lembro até hoje, chegamos almoçamos com D. Claudio e depois viemos para o Rio.
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